Com 34 ouros, estudantes alcançam o melhor resultado da história da competição
Por Giordano Bazzo, Ascom/SEEDF
Rede pública do DF conquistou 87 medalhas, sendo 34 de ouro, 19 de prata e 34 de bronze | Foto: André Amendoeira, Ascom/SEEDF
Na premiação da 28ª edição da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), realizada em junho, a rede pública de ensino do Distrito Federal alcançou um feito inédito com 34 medalhas de ouro, quatro a mais que em 2024, e um total de 87 premiações em todas as edições da competição. O desempenho consagra alunos do ensino fundamental e médio com destaque nacional, e marca o melhor resultado das escolas públicas do DF.

Quadro de medalhas | Arte: Ascom/ SEEDF
Entre os medalhistas de ouro, o estudante da sala de recurso específica da Escola Classe (EC) 64 de Ceilândia, André Filipe Torres, de 17 anos, gabaritou a prova. “As olimpíadas são ótimas para desenvolver o interesse dos estudantes em novos assuntos, principalmente astronomia e astronáutica. É muito legal, e realmente ajuda no desenvolvimento do conhecimento“, comenta André.
Maria Luiza Corrêa, 16 anos, está no segundo ano e participa de olimpíadas científicas desde o ensino fundamental. Ela acumula medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), Olimpíada Nacional de Ciências (ONC), Olimpíada de Matemática (OMDF) e em edições anteriores da OBA. “Antes eu estudava mais de forma leve, depois comecei a frequentar a sala de recursos e a me dedicar mais“, conta Maria.

André Filipe Torres (à esquerda), Maria Luiza (centro), professor Marlon Silva e Christian Pereira (à direita) | Foto: André Amendoeira, Ascom/ SEEDF
O estudante Christian Pereira, de 17 anos, participa da OBA desde 2021. “As olimpíadas são um ótimo exercício mental e uma experiência enriquecedora todo ano“, afirma.
Sala de recurso específica
O professor Marlon Silva dos Santos tem 14 anos de experiência na sala de recursos específicos para alunos com Altas Habilidades, e coordena o trabalho com os estudantes. “É interessante observar essa criança com quatro ou cinco anos entrando no programa de Altas Habilidades e, ao sair aos 18, ver a trajetória de projetos, as participações nas olimpíadas, o crescimento que eles têm, isso não tem precedentes”, destaca Marlon.
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Para o docente, as competições são fundamentais para o desenvolvimento dos estudantes. “As olimpíadas, os circuitos de ciências, os projetos, as apresentações são maneiras de eles mostrarem aquilo que sabem. E isso faz com que cresçam no conhecimento e coloquem em prática o que vão aprendendo”.
Escola que inspira
A EC 64 de Ceilândia lidera o ranking de medalhas na competição com 13 premiações: sete de ouro, quatro de prata e duas de bronze. O resultado coloca a unidade como referência no ensino de astronomia na rede pública de ensino do Distrito Federal.
A professora Carla Cíntia Oliveira atua há 20 anos na sala de recursos para Altas Habilidades. “Em 2005, quando iniciei, as olimpíadas ainda eram pouco divulgadas entre as salas, até que o professor Benilto decidiu inscrever os alunos e disse: ‘Nossa, a gente está com esses alunos aqui da Ceilândia; a maioria não acredita no próprio potencial. Temos que fazer alguma coisa para incentivar esses meninos, para que vejam que são capazes“, lembra.
A estratégia funcionou, e o projeto cresceu com alunos dispostos e interessados em aprender. “Você vê que eles participam porque gostam, não é algo que a gente impõe. Aqui oferecemos essa oportunidade, e eles começam a participar desde pequenos. A partir daí, mesmo quando chegam à adolescência, já passam a ter outra visão“, explica a professora.