A governadora em exercício, Celina Leão (PP), saiu do conforto da bolha política e encontrou a realidade no Guará: uma vaia contundente, daquelas que não deixam dúvidas. Durante a transmissão da final da Libertadores no Salão de Múltiplas Funções do CAVE, a simples menção ao nome de Celina bastou para transformar a euforia dos torcedores em reprovação coletiva. O episódio mostrou, mais uma vez, o ambiente hostil que tem acompanhado a pré-candidata sempre que ela enfrenta o público sem filtros.

A crise na sua pré-campanha é tão evidente que aliados já começam a recalcular rota. O PL, peça-chave nos planos eleitorais de Celina para 2026, avalia desembarcar de vez. E há uma lógica nisso: investir em um projeto incapaz de dialogar com a população virou um risco político alto demais até para quem sempre apostou na máquina.

Celina tenta se desvincular do desgaste do governo Ibaneis Rocha, mas carrega nas costas a rejeição acumulada por uma gestão mal avaliada em praticamente todas as regiões do DF. No Guará, as vaias resumiram o que as pesquisas de popularidade não escondem: o governo perdeu a conexão com as ruas — e arrasta junto qualquer tentativa de sucessão apoiada por ele.

Mesmo assim, surgem pesquisas “milagrosas” apontando Celina na liderança para 2026. Números que destoam completamente da recepção nas ruas e levantam suspeitas sobre metodologia, interesses e, claro, quem banca tais levantamentos. Enquanto isso, parte da mídia sustentada pelas verbas publicitárias do próprio GDF segue pintando um cenário otimista que não se sustenta diante do eleitorado real.

A discrepância entre a narrativa oficial e a reação espontânea do público revela o tamanho do obstáculo — ou do desastre iminente — que Celina Leão enfrenta. Nas planilhas, ela sobe. No contato com a população, ela despenca. E despenca vaiada.