*Em entrevista ao 61 Podcast, o ex-governador José Roberto Arruda criticou duramente a privatização dos estacionamentos no centro de Brasília, classificou a medida como injusta e voltou a cobrar investimentos em metrô, infraestrutura urbana e políticas sociais básicas.*
O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda fez críticas contundentes à privatização dos estacionamentos na área central de Brasília. Para ele, a iniciativa penaliza o cidadão comum e escancara a desconexão entre decisões administrativas e a realidade do transporte público na capital.
Confira a íntegra da entrevista concedida ao 61 Podcast:
[https://www.youtube.com/watch?v=HOtRPQghre0](https://www.youtube.com/watch?v=HOtRPQghre0)
“Em cidades onde o metrô chega a todo canto, até faz sentido estacionamento pago. Em Brasília, não. Aqui as pessoas precisam tirar o carrinho velho da garagem para resolver as coisas no Conic e ainda são obrigadas a pagar para estacionar. Isso é um absurdo. A cidade é pacata, se não já tinha se revoltado”, disparou.
Arruda afirmou que a privatização chega sem planejamento e ignora a precariedade da mobilidade urbana no DF. Segundo ele, a capital não viu avanços estruturais no sistema metroviário desde sua gestão. “Quando eu falava em metrô, diziam que eu era doido. Brasília ainda não tinha trânsito pesado, mas eu defendia construir antes da conurbação. Como secretário de Obras no governo Roriz, fizemos a primeira parte do metrô ligando o Plano Piloto, Guará, Águas Claras, Taguatinga e Samambaia. Depois, já como governador, levamos o metrô de Taguatinga a Ceilândia. Tudo o que existe hoje foi feito naquele período”, ressaltou.
O ex-governador também apontou o contraste social gritante do Distrito Federal. “Você sai do Palácio do Planalto e em 15 minutos chega à Estrutural, em Santa Luzia, onde se vê criança correndo dentro de vala de esgoto a céu aberto. Isso ao lado do centro do poder do país. Alguma coisa está muito errada”, criticou. Ele defendeu a retomada de programas sociais como Pão com Leite, Cesta Básica e Mãezinha Brasiliense.
Na área da segurança pública, Arruda alertou para a redução do efetivo e fez duras críticas ao que chamou de “politização da polícia”. “Quando a política entra dentro da polícia, a eficiência e a hierarquia saem pela outra porta”, concluiu.

