No xadrez, um movimento mal calculado pode transformar uma vitória em xeque-mate. Na política, a lógica é a mesma — e o governador Ibaneis Rocha (MDB), ao lado de Celina Leão e Gustavo Rocha, parece estar prestes a pagar o preço por uma jogada equivocada.

O trio que até pouco tempo era visto como o núcleo de poder do Buriti — representando o rei, a dama e a torre no tabuleiro político do DF — começa a perder posição e influência, transformando-se, aos poucos, em simples peões sem rumo.

A principal falha estratégica está no iminente rompimento com o PL, partido essencial para sustentar a base governista. Essa movimentação pode gerar um efeito dominó: o PRD e o Solidariedade já sinalizaram distanciamento, e o governo pode contabilizar, em breve, ao menos quatro deputados distritais na oposição, além de dois deputados federais deixando a base.

Se esse novo cenário se confirmar, o Buriti enfrentará um dos períodos mais instáveis desde o início da gestão Ibaneis. A governabilidade ficará ameaçada, e aprovar pautas estratégicas na Câmara Legislativa se tornará uma tarefa árdua — ou até inviável.

O castelo de areia que o grupo político construiu com alianças frágeis e interesses momentâneos começa, enfim, a se dissolver com a maré de 2026 se aproximando. E, no xadrez do poder, um erro de cálculo pode custar não apenas uma partida — mas todo o reinado.